quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

sessenta.

Não me sinto bem hoje. Dentro de mim existe um vulcão prestes a entrar em erupção uma vaga de sentimentos. Não sei exactamente quais são mas, a verdade, é que me estão a deixar demasiado afectada. Talvez seja uma daquelas fases pelas quais todos nós passamos na adolescência, por exemplo, quando nos olhamos ao espelho e não nos reconhecemos, ou então quando o mais simples piscar de olhos nos irrita. Não sei mesmo o que se passa. Sinto vontade de gritar bem alto, numa tentativa de expulsar tudo isto de dentro de mim, sinto vontade de chorar, principalmente. Sinto-me em baixo, sozinha, e desamparada, revoltada - eu diria. Mas como posso resolver algo que não conheço? É o mais complicado. Hoje dou por mim a puxar todas a lembranças de uma simples infância - eu pensava. Mas hoje noto que foram esses os melhores tempos da minha vida. A alegria de explorar o desconhecido, o espanto constante a cada passo dado, as fantasias e magias. Não pensava em agradar ninguém, e era eu mesma junto de todos. Era tudo tão perfeito. Desde o mais irritante choro e grito, ao mais sincero sorriso. Agora sinto falta disso, o que me parecia banal na altura, agora é um tesouro.

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