Hoje escrevo para ti, como que numa carta de despedida.
Faz seis anos que te perdi. Foste embora como por castigo. Foste embora assim, meu querido, sem me dizeres adeus. Era novinha na altura, e por isso custou muito mais a perceber o porquê de teres partido. Não percebi porquê, tu, homem mais corajoso e lutador, mais honesto e sincero, mais fiel e amoroso, com tantas pessoas no mundo, logo tu. Logo tu, que me fazias descer á terra, que desde que nasci te conheci por avô. Lembro-me de todos os momentos passados contigo, desde aqueles passeios de tractor nos campos que com muito trabalho e suor tu conseguiste, até às festas em que comíamos todos juntos á mesa e eu sempre sentada ao teu lado. Momentos de tristeza e de felicidade… mas sempre contigo. Eras odiado por muitos, mas naquela casa que te acolhia eras o mais amado, e passavas todo esse amor para os teus netos, que hoje, já crescidos têm muito orgulho naquele que também os criou. Lembro-me tão bem do dia em que disseste: “só tenho medo de uma coisa: da morte. O resto faz parte da vida, e eu quero viver isso”, pois é nessa frase que me centro e vivo a minha vida com base nela. Custou muito… só eu sei a dor que senti ao perder-te, ainda por cima, sem me conseguir despedir de ti e fazer-te um pedido de desculpas. Tu sabes meu avô querido do que falo, e sabes também que a tua memória nunca será esquecida. És o meu herói, o meu ídolo… É a pensar em ti que ganho forças para seguir em frente, é por ti que faço tantos sacrifícios.
Obrigado, por fazeres de mim o que sou hoje. E prometo que um dia nos voltaremos a ver e aí aproveitaremos todo o tempo perdido. E agora sim, aquilo que não tive oportunidade de dizer antes de partires: adeus avô, amo-te .
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