Eu era diferente das outras raparigas, eu adorava estar com os meninos da minha idade a jogar à bola, enquanto as minhas colegas corriam com bonecas ao colo e lhes davam nomes - eu também gostava, confesso, mas preferia aquela sensação de ser uma rapariga que jogava melhor à bola que muitos rapazes. Na escola, era conhecida como a "Maria-Rapaz" - nada original - mas era assim que sentia o respeito que as raparigas me tinham, e os rapazes também.
Sempre que vinha para casa, a minha mãe já tinha o meu lanche preparado - um copo de leite com chocolate e uma tosta - eu comia-o em 5 min! Depois, ela sentava-se ao meu lado e perguntava-me: "Então , e os trabalhos da escola ?" , eu sorria e corria para ir buscar a mochila da escola, tirava o livro e dizia: " É a pág. 17. Ajuda-me mãe!" E lá ficava ela, a ver-me fazer os trabalhos da escola. Por vezes para ver se estava atenta, enganava-me de propósito e ela corrigia-me rapidamente. Sentia-me acompanhada, feliz. Mas os tempos mudaram...
( continua... )
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